sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Reflexão sobre o texto "Corpo, escola, biopolítica e a arte como resistência" - Rafael

"Gordurinha, gordurão, vai saindo de montão" - dizia uma música da rainha Xuxa (vulgo Xôxa) que tocava no meu radinho quando eu era pequeno - lembro disso como se fosse ontem.

Assim como o Benjamin colocou na postagem dele, acredito que em função do contexto onde estou inserido acabo me "alienando" quanto as práticas anti-corpogordo estão sendo inseridas no âmbito escolar. Confesso já ter visto em algum "Fantástico" as nutricionistas - hoje as heroínas da vez - com seus adipômetros nas gordurinhas localizadas das crianças explicando sobre a prática da gulodice.


 De acordo com o texto sugerido nas aulas de Estágio: "Especialmente na última década a boa forma e o corpo magro começam a tomar um lugar importante nas preocupações escolares. Ainda que a saúde nunca tenha deixado de ser um foco importante das preocupações escolares, percebe-se agora um deslocamento mais incisivo para a ideia de produção do corpo magro e saudável, embora as ações de medir e pesar os corpos tenham sido já constitutivos das pedagogias higienistas no decorrer dos séculos XIX e XX."


Como disse a filósofa Viviane Mosé em um vídeo do Café Filosófico: "A escola agora é culpada de tudo?" - a fala era uma reflexão sobre a escola como um meio de tirar a criança da rua, de afastar das drogas, e agora ( se pensarmos texto sugerido) é também a responsável pelo porte físico dos estudantes? A priori não percebo essa preocupação da parte da escola onde estou inserido e nem outras das quais obtive contato nos ultimos anos, contudo a sociedade em si está cada vez mais (assim como sempre esteve) nesta busca esquizofrênica por um corpo dito "sadio" e "perfeito" - o corpo magro.

Como podemos definir um corpo saudavel? E que tem a escola a ver com isso? Como transformar a escola em um local reflexivo ao invés de ser um lugar de imposição?
 Meu projeto pedagógico dentro da escola se dá nas reflexões geradas através das formas de comportarmos nosso corpo em meio a sociedade em que vivemos, porém não de uma forma salvacionista - talvez o papel da escola se daria no ato de questionar estes corpos que verificamos em meio ao contexto onde vivemos. Quais corpos permeiam nosso cotidiano; quem dita a moda e as maneiras de comportarmos nosso corpo -  A sociedade em si, os meios de comunicação, a medicina, a publicidade? talvez a educação pautada nas artes, assim como os artistas ao produzirem arte, seja um dispositivo gerador de uma visão crítica sobre o comportamento comum e as imposições cotidianas.


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