terça-feira, 23 de outubro de 2012


Contribuições sobre o texto do Silvio Gallo
O que este texto me possibilita pensar sobre a docência?

Marilda Oliveira de Oliveira
O que este texto me possibilita pensar sobre a docência? Pois, que é importante ouvir e sentir mais o outro. Não pretender impor a minha vontade, o meu desejo como o mais correto, o mais adequado e o mais funcional. No lugar de querer ensinar o outro aquilo que eu sei, tenho feito exercícios de pensar o que eu posso aprender com meus grupos. Tenho falado menos e pensado mais. Esta atitude um tanto egoísta tem me movimentado por outros caminhos. “Nunca se sabe de antemão como alguém vai aprender – que amores tornam alguém bom em latim, por meio de que encontros se é filósofo, em que dicionários se aprende a pensar”. (DELEUZE, 2006, p.237).

Luciana Estivalett
Ser consciente das fases que o outro passa, pode ajudar o processo da educação. Assim, não é necessária a "subjugação" e nem a mera "tolerância" do outro, pois a compreensão mútua ocorrerá naturalmente.

Marli Simionato
A partir da questão elaborada pela professora Marilda “O que o texto nos possibilita pensar sobre a docência?” que teve como referência o texto de Sílvio Gallo“Eu, o outro e tantos outros: educação, alteridade e filosofia da diferença”, gostaria de compartilhar o vídeo da entrevista que Gilles Deleuze concedeu a Claire Parnet entre 1988-1989. Para este diálogo trago a letra “P de professor” http://www.youtube.com/watch?v=hQ6f0KClnc8, onde Deleuze aborda dois pontos que considera importantes para a concepção de aula. O primeiro ponto é que o entendimento não ocorre necessariamente no momento da aula, este pode ocorrer posteriormente. E, em segundo lugar, uma aula não tem que ser entendida totalmente, pois, “uma aula é uma espécie de matéria em movimento. Numa aula cada grupo, cada estudante pega o que lhe convém”.
Penso que estes pontos trazidos por Deleuze comungam com a ideia que Gallo aborda no texto quando diz,

podemos inventar métodos para ensinar, mas o vínculo que une o aprendizado ao ensino, de uma forma que pode ser prevista e controlada, só faz sentido no âmbito da filosofia da representação e não passa, portanto, de uma ficção. Não há métodos para aprender e não possível saber de antemão que forças se movem numa singularidade quando sua potência é aumentada pelo aprendizado.

Ainda trago, outro recorte do texto de Gallo que acredito pertinente,

Educação pelo outro, uma vez que se a educação é uma mudança de estado, se o aprendizado é a passagem do não-saber ao saber (Deleuze, 2006, p. 238), este movimento é feito pela mediação do outro, seja este outro uma singularidade (um professor ou um amigo, por exemplo) ou uma coisa qualquer (um livro, um filme, uma idéia capturada ao léu...). O momento da passagem do não-saber ao saber é um acontecimento, um momento infinitesimal que dura uma eternidade.

E, ainda
...não há métodos para aprender, é preciso abdicar da ficção pedagógica do ensino-aprendizagem. Educar significa lançar convites aos outros; mas o que cada um fará – e se fará – com estes convites, foge ao controle daquele que educa.


Mauricio R. Dotto
"O que o texto nos possibilita pensar sobre a docência"?
Citarei esta parte “Assim, o educador que planeja sua ação para os outros não tem em mente ninguém mais do que ele mesmo. Ele educa à sua semelhança, sendo o outro uma representação sua. Ele define, de antemão, o outro como o mesmo.
Voltando, uma última vez, a Sartre, na obra já extensamente citada aqui ele faz uma referência marginal à educação que é bastante interessante. Para ele, “a educação sempre trata o outro – a criança – como instrumento; isto é, objetifica o outro, o fere no âmago de seu ser, sua liberdade, na medida em que o trata como coisa” (p. 07).
E envio este link de uma animação do Jan Svankmajer de 1992 com o título “Jidlo (Food)”  http://www.youtube.com/watch?v=wvjzMuIs9lY A animação  apresenta 3 momentos, Break fast, Lunch e Dinner ... 3 refeições...  O que penso a partir delas?
Lendo o texto foi a primeira visualidade que me veio em mente... e o velho ditado, “somos o que “comemos”” ... será?           Penso que nos construímos a partir do que é digerido em relação ao que somos sensíveis há experiência, dispositivo, vivência etc.

Gliciane Schuster
A partir do texto construímos uma interpretação da abertura necessária para outras possibilidades de pensamento sobre a docência. Nesse sentido, pensar o outro difere de pensar do outro, de pensar no outro, de pensar através do outro ou de pensar sobre o outro. Pois o outro nunca será o que pensamos; do outro é apenas aquilo que ele mesmo possui; no outro estão as coisas que o outro escolheu; através do outro não vemos o outro; e sobre o outro podemos encontrar a relação pensada. Ou “pesada”, segundo os artigos, preposições e advérbios que tomamos nessa relação. Mas não é tão simples. “Todo ser queria vir a ser palavra...” Mas a palavra não é. A palavra limita. Só o ser é... Além do “ente”, da “coisa-outro” coisificada e racionalizada, somos, ser e nada, ser e tempo, ser complexo, ser sendo, e vir a ser...

Maria Tereza Vizzotto Barichello
Quando falamos em Educação, estamos falando de pessoas, o envolvimento de segmentos e maneiras de ensinar. Como diz o texto "Não há Educação sem o outro".
Tem uma música de Gabriel Pensador  “Estudo Errado".
"Eu tô aqui pra quê?
Será que é pra aprender?
Ou será que é pra aceitar, me acomodar e obedecer?
... Encarem as crianças com mais seriedade
Pois na escola é onde formamos nossa personalidade"...
 O nosso aluno merece nosso envolvimento, somos comprometidos com a Educação.

Rafael Dolinski Aranha
Uma educação para/com o outro, desenvolvida por alguém que pode ser tantos outros.
Gallo nos coloca que “educar significa lançar convites aos outros; mas o que cada um fará – e se fará – com estes convites, foge ao controle daquele que educa.” O papel do docente, podendo este ser possíveis outros, se dá em conhecer os outros para quem estamos direcionando nossos encontros? Se a cada encontro podemos vir a conhecer tantos outros, mesmo sendo estes os mesmos a quem observamos a cada encontro, pode se pensar que cabe ao educador buscar conhecer quais convites pode servir aos outros, para que seja feito um bom uso por cada um destes outros e tanto outros.

Luise Aranha
Multiplicidade e singularidade me fez pensar no meu projeto, quando utilizo Silvio Gallo (2003) para falar sobre uma educação menor. A educação menor está voltada para as multiplicidades e singularidades, se conectam e interconectam rizomaticamente gerando outras e novas multiplicidades. Assim, todo ato singular se coletiva e todo coletivo se singulariza.
Educar nessa perspectiva é compreender que somos singulares e que essa singularidade só é permitida por que somos múltiplos, como o conceito de dobra de Deleuze em que o outro está no eu e o eu está no outro, entendo assim que não pode ser unidade e o que faço do outro em mim e o que o outro faz de mim nele é particular, singular, não há como ser o mesmo. Assim, me parece a filosofia da diferença, no entanto com algumas inquietações, pois penso que há de se ter um cuidado ao falar da diferença. Como atuar na prática docente com uma filosofia da diferença sem cair num perigoso terreno de que a “diferença” pode acabar alimentando preconceitos (superioridade, inferioridade, etc...)? Assim como outro conceito que Gallo aborda (situado em Foucault) e que da mesma forma penso a respeito, é o cuidar de si – cuidar de si é cuidar do outro – (cultivar-se, construir-se) como trabalhar o cuidar de si, na docência, sem alimentarmos e reafirmarmos um individualismo narcisista – características do mundo que vivemos hoje?
E ainda, é possível percebermos de fato as singularidades existentes numa aula com uma turma de estudantes? (Se pensarmos no curto tempo que estamos com eles e na quantidade de turmas com as quais trabalharemos).

Jean Oliver

Relacionei o texto com a visualidade "Radiolab Presents Symmetry", está disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=zEQskIsHKT8

Luana Cassol
A sala de aula é o espaço de distintos saberes. O outro, a mim inquieta e me faz perceber que o aprendizado está além do que espero. Se somos livres enquanto docentes e, livres no sentido de pensar o que nos afeta em relação ao outro, não poderíamos então então inventar, criar ou recriar nossos próprios dilemas? Agora penso a docência como um processo de criação (ir e vir), um trabalho sobre mim que com certeza não faço sozinha: rabisco, desenho, rascunho. Entre, erros, acertos, borrões e conquistas, ofertamos caminhos! E o que o outro fará com ou nesses caminhos? Não sabemos...

Jonara Eckhardt
É preciso deixar-se maravilhar pela experiência de entrar em contato com as diferenças. Deixando-me sensibilizar pelo mundo do outro, vou, tomando contato comigo mesmo e com o meu mundo. Disciplina é liberdade. Ao treinar o meu olhar para reconhecer o outro, estou, na mesma proporção, aprendendo a me reconhecer. Dizendo de outro modo: negar o outro é, logo, negar a mim mesmo. A docência torna-se um encontro ao desencontro das minhas expectativas.

Mara Priscila Torrico
A partir do momento em decidimos ser professores, sabemos que iremos ter uma relação direta com o outro e tantos outros, e esse enfrentamento ocorrerá de uma forma ou outra, é inevitável. Mas segundo o texto de Silvio Gallo, o desafio é como encaramos esse outro, pois se ao interpretar o outro estamos nos revelando nessa interpretação, se nosso subjetivo se transforma no objetivo do outro, nesse caso a diferença é um desafio.
Dentro de uma sala de aula essa diferença é uma barreia, acredito eu, pois os estudantes esperam aprender algo conosco e muitas vezes queremos que eles aprendam o que queremos, e isso não é troca, é quase uma imposição, e dos dois lados, já que os estudantes colocam suas expectativas em nós, acreditam que precisam de nós para aprender algo. Nesse caso a relação entre o eu e o outro (me refiro a professor/aluno e aluno/professor) será conflituosa e frustradora.
Prefiro acreditar na educação pelo outro, onde ela se torna uma mudança de estado, é uma passagem, segundo Gallo. Uma educação sem expectativas no outro, mas de confiança e respeito pela diferença, e a diferença proporcionando trocas. Onde o professor possa ser um mediador, um abridor de portas, onde o estudante escolhe se quer entrar ou não, e por que não o estudante também ser um mediador?
O professor que consegue perceber e respeitar a diferença do outro dentro da sala de aula estará proporcionando uma igualdade social, mas uma igualdade sustentada pela diferença, não pela expectativa no outro, mas pela valorização das subjetividades.

Ana Cristina Paz da Silva
O texto nos faz refletir que nossos alunos são figuras chaves na construção de nossas propostas de trabalho, a partir desta abertura o professor não só ensinará como também aprenderá junto com os educandos. A docência não pode mais ser tratada como receita de bolo, que sempre irá dar certo, devido a diversidade de seres com que convivemos, seja no âmbito escolar ou em qualquer outro.

Ana Cláudia Barin
“Educação é um encontro de singularidades” (GALLO). Vejo a relação com a docência justamente nessa soma de ‘singulares’. Seria impossível sermos docentes sem o encontro ou esses encontros com os outros (ou uns aos outros). Para nos enxergarmos docentes precisamos nos ver no outro, nos perceber no outro e nos construir no outro entendendo que, ao mesmo tempo que ensinamos, aprendemos também. Trabalharmos de forma que consigamos relacionar essas semelhanças e diferenças com os aprendizes, subjetivando caminhos dentro desse coletivo que pertencemos e atuamos (que é a sala de aula, o contato com os educandos, nossa pesquisa e troca de experiências e resultados). Perceber-se no outro implica nessa construção coletiva, desprendendo-se de rotas fechadas e sempre possibilitando a mudança, o acréscimo e aprendizado.

Nairaci Fernandes
Esse video trata da alteridade que é a capacidade de apreender o outro na plenitude da sua dignidade, dos seus direitos e, sobretudo, da sua diferença.  Uma adaptação do texto: ALTERIDADE, SUBJETIVIDADE E GENEROSIDADE- Frei Betto. Música de Vanessa da Mata  "As Palavras"

Priscila Cardoso
É esta atitude que denominaremos indiferença para com o outro. Trata-se, pois, de uma cegueira com relação aos outros /.../ Quase não lhes dou atenção; ajo como se estivesse sozinho no mundo; toco de leve “pessoas” como toco de leve paredes; evito-as como evito obstáculos; sua liberdade-objeto não passa para mim de seu “coeficiente de adversidade”; sequer imagino que possam me olhar (SARTRE, 1999, p. 474).
Imagem:

Roselaine Wegner
Penso que o texto se relacione com a docência no modo como trata o outro. A relação do eu com o outro, a diferença e a multiplicidade.
Não há educação só, um precisa do outro, o educando, os educadores, a educação auto didata, (neste último caso, seria o eu com o eu próprio), mas mesmo assim o eu sairá de si. Como que um diálogo, uma troca de ideia e aprendizagem comigo mesmo.
Como quando refletimos algo, nos adentramos em pensamentos intrínsecos e não os compartilhamos com outra pessoa. Este pensamento ficará entre o meu eu consciente e inconsciente.
A diferença deve ser respeitada, o modo como cada um aprende e vê as coisas. O aprendizado acontece de formas diversificadas. Cada um, cada outro a seu modo. Deve-se respeitar a liberdade do outro e a sua singularidade.
Assim como o texto fala da relação com o outro que é uma relação de conflitos, na docência também ocorre tal relação, o que considero importante, para refletirmos nossa prática e como estamos nos relacionando com o(s) outro (os).
O conflito faz com que mudemos que vejamos as ações e fatos com novos olhares.
“Não se pode produzir a educação como modelo, não se podem reproduzir modelos educacionais. É possível criar métodos de ensino?”
“Educar significa lançar convite aos outros, mas o que cada um fará, e se fará com estes convites foge ao controle daquele que educa”.

Carin Dahmer
Sílvio Gallo apresenta no texto a educação como um encontro de singularidades, sendo o professor um mediador e também uma singularidade. O outro e os outros (pois sem o outro não há educação) trabalhados por Gallo se baseiam na concepção de que estes, vão além da ideia de representação, como apagamento da diferença, mas podem potencializar as produções das singularidades, onde eu me vejo no outro e o outro se vê em mim. O processo de “des-objetivar” o outro, como mera representação conceitual, perpassa o processo de “descentração” abordado por Thomas Kesselring ...nos liberamos pouco a pouco do nosso egocentrismo. Egocentrismo quer dizer que reduzimos o mundo ao que percebemos a partir da nossa perspectiva. Cada objeto tem um lado avesso que eu não vejo. Eu tenho que me virar para descobrir o lado avesso. Assim na prática docente o estudante precisa de atenção, precisa perceber que é levado a sério pelo professor, o estudante não é um objeto, é uma pessoa (o outro, e os outros) (KESSELRING). O descobrimento da empatia e simpatia pelo outro produziria a aceitação das multiplicidades de singularidades, onde com o coletivo “dos outros” aprendemos mais sobre nós (interior) e sobre estes outros (exterior) que se inter-relacionam. ...se eu me coloco na pele do outro, eu aprendo (KESSERLING). A chave da educação pelo outro é aborda-la pelo seu acontecimento, sendo o conhecimento uma atividade, que produzirá diferenças, singularidades, ou não, podendo mostrar caminhos e lançar convites para que os estudantes realizem esse ato coletivo de criação.

“Educar significa lançar convites aos outros; mas o que cada um fará – e se fará – com estes convites, foge ao controle daquele que educa. Para educar, portanto, é necessário ter o desprendimento daquele que não deseja discípulos, que mostra caminhos, mas que não espera e muito menos controla os caminhos que os outros seguem. E mais: que tenha ainda a humildade de mudar seus próprios caminhos por aquilo que também recebe dos outros.” (GALLO, pg. 15)

KESSERLING, Thomas. Descobrindo o lado avesso. Entrevista concedida a Revista Extra Classe, setembro de 2012.


Hoje escutei uma música muito boa, e que me fez pensar de novo no texto, por isso estou enviando outro comentário.
O texto Eu, o outro e tantos outros: educação, alteridade e filosofia da diferença de Sílvio Gallo me remeteu a essa música que gosto muito, e que no momento corresponde a algumas questões da minha existência, como docente, como pessoa.  Na música Vienna de Billy Joel, intérprete e compositor, a cidade é uma metáfora da encruzilhada que seguidas vezes nos encontramos, nos caminhos que devemos seguir, esses muitas vezes diversos, que se encontram e se separam, um encontro de múltiplos. Na prática docente este encontro pode ser o centro de onde partirão muitos outros caminhos. A educação como um encontro, proposta de Gallo, trabalha com um acontecimento, uma escolha, de cada um em sua singularidade de percorrer um determinado caminho, podendo o conhecimento ser parte desta atividade ou não. Mas cada singularidade (eu) segue seu percurso, enfrentado seus dilemas, medos, incertezas, que podem ser os vetores de mudanças, de buscarmos novos caminhos, com tranquilidade e sem medo de errar, pois tudo é parte da construção de quem somos, e de nossos outros.
O tempo perdido também é caminho. Uma preparação para a próxima encruzilhada.

Vídeo no youtube com a música:

Aqui a tradução da música.


Viena

Devagar, sua louca criança.
Você é tão ambiciosa para uma jovem.
Mas se você é tão esperta, me diga porque continua com tanto medo?
Onde está o fogo? Pra quê a pressa?
É melhor você aproveitar isso antes que você perca.
Você tem muito o que fazer e tão poucas horas em um dia.

Você não sabe que quando a verdade é dita.
Você pode conseguir o que quer ou pode apenas envelhecer?
Você vai desistir antes mesmo de passar metade do caminho.
Quando você perceberá? Viena espera por você.

Devagar, você está indo bem.
Você não pode ser tudo o que você quer ser, antes do seu tempo.
Embora isso seja tão romântico no limite de hoje a noite, hoje a noite.
Tão ruim, mas é a vida que você segue.
Você está tão à afrente de si mesma que esqueceu o que precisa.
Embora você possa ver quando você está mal.
Sabe, você nem sempre saberá quando você está bem, bem.

Você tem sua paixão.
Você tem seu orgulho.
Mas você não sabe que apenas tolos ficam satisfeitos?
Sonhe, mas não pense que todos os sonhos se realizarão.
Quando você vai perceber? Viena espera por você

Devagar, sua criança louca.
Tire o telefone do gancho e desapareça por um tempo.
Tudo bem, você pode permitir-se perder um dia ou dois.
Quando você vai perceber? Viena espera por você.

Você não sabe que quando a verdade é dita.
Você pode conseguir o que quer ou pode apenas envelhecer?
Você vai desistir antes mesmo de passar metade do caminho.
Por que você não percebe? Viena espera por você.
Quando você vai perceber? Viena espera por você


Deise Facco Pegoraro

“...compreender o plano de imanência no qual os conceitos estão inseridos é de fundamental importância para se estabelecer o processo de aprendizado. Assim, as práticas de ensino devem, mais do que dogmatizar os conceitos e as teorias, facilitar a compreensão do plano de imanência no qual eles estão relacionados. A atitude indispensável do professor consiste em apresentar os conceitos como uma possibilidade, um olhar entre muitos outros que podem ser construídos a partir desses mesmos conceitos. Eles servem, então, como ferramentas, como instrumentos para produzir novos conhecimentos.”
“Diferentemente da ramificação hierarquizada do saber, e sem a lógica binária que rege as relações dicotômicas nas quais se incluem o pensamento psicanalítico e o estruturalismo em geral (DELEUZE e GUATTARI, 1995), a visão rizomática da estrutura do conhecimento não estabelece começo nem fim para o saber. A multiplicidade surge como linhas independentes que representam dimensões, territórios do real, modos inventados e reinventados de se construir realidades, que podem ser desconstruídos, desterritorializados.”
Estes dois trechos foram extraídos do texto RIZOMA E EDUCAÇÃO: CONTRIBUIÇÕES DE DELEUZE E GUATTARI por Mauro Michel El Khouri. E para quem tiver interesse em ler o artigo todo, está disponível neste link: http://www.abrapso.org.br/siteprincipal/images/Anais_XVENABRAPSO/198.%20rizoma%20e%20educa%C7%C3o.pdf, ou posso mandar por e-mail.

Carina Plein
“Lembrei de um livro que li quando criança, nele os bichos sofriam com a indiferença ou a maldade dos donos. Eu recordo do imenso sofrimento que senti e também de algo que me intrigou: O coração de vidro do título, era a respeito dos bichos e representava como esse coração era frágil, quebrável? Ou era a respeito de nos humanos, de como podemos ficar impermeáveis a certas emoções?”
Fala do vídeo A historia de Sofia- filme da Panvel
Às vezes torna-se mais fácil ignorar, mas ao mesmo tempo não se tem resposta!

Karina Silveira
Penso a docência a partir do texto na perspectiva destes encontros com o outro, onde a cada aula estaremos indo ao encontro, e lá acontecerão as trocas que este outro permitir. Assim que se darão as nossas relações, através das aberturas que o outro tiver disposto a mostrar. Também a partir do texto pensei sobre algo que já havíamos comentado em aula, que a educação se dá em momentos que nem mesmo nós percebemos que ela está acontecendo, em situações que o outro aprende sem que estivéssemos com esta intenção.
Francieli Raquel Backes
"A relação que estabeleço entre o texto e a docência está na forma como somos construídos a partir do outro, e sem ele nada somos. Na docência nos deparamos com isso quando pensamos a forma como os estudantes criam a nossa imagem de professor, criam o nosso "eu" a partir de suas percepções. Do mesmo modo nós criamos a imagem do estudante segundo nossa visão acerca dele. Somos construídos e construímos sujeitos constantemente. Isso de certa forma é perigoso. Como criar um "eu" que corresponda à quem eu gostaria de ser, se a construção do meu sujeito depende do olhar do outro?"

Vivien Kelling Cardonetti
Pensar a docência a partir da filosofia da diferença significa potencializar a produção de singularidades, de multiplicidades. É dar voz a uma pluralidade de encontros que muitas vezes são negados. É fugir de toda uniformização do saber e deixar-se surpreender pelo que não sabemos, pelo que não queremos, pelo que não acreditamos, pelo que não precisamos, pelo que não imaginamos. É quando nos permitimos não esperar dos encontros uma variante de si mesmo.
A docência pode ser um ambiente privilegiado para que os encontros aconteçam, pois podem propiciar infinitas possibilidades de sermos diferentes do que somos. No entanto, sabemos que essa reconstrução tem muitas implicações, pois significa estar disposto a se desconstruir e se reinventar constantemente. Manifesta-se também em estar propenso a operar em situações de desencaixe, com riscos e fracassos, resistindo à tentação de se acomodar em padrões pré-estabelecidos. É necessário muito esforço para se deixar visitar por vozes que divergem entre si, onde a polifonia parece prevalecer.

Um comentário:

  1. Muitas palavras para falar sobre a docência. Conclusão: Como é bom e gratificante fazer parte deste meio.
    Maria Terea

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