O que é (ou pode ser) biopolítica?
Se, no sentido abstrato, política
é a arte da retórica utilizada para o convencimento geral de uma ideia e, bios
é a própria vida como organismo (biológico), podemos dizer que através da
biopolítica somos persuadidos a manter determinados comportamentos em relação à
vida? Que diferença existe entre política e biopolítica, afinal?
Se o corpo está sujeito e,
portanto, sendo regulado desde o nascimento por “poderes de fora” (mesmo que em
condição de dependência), de que maneira superar essa regulação que ultrapassa
a necessidade e perfura a intimidade subjugando a singularidade do organismo e
as questões psíquicas ou impulsos que "devem ser sublimados" (até quando, até que ponto)?
Penso que uma biopolítica
dominante, no sentido das imagens e associando à lógica do confinamento
internalizado social, antropo, bio, filosófico e psicologicamente encontra nos
corpos desconectados da própria natureza e destituídos da autonomia do pensar,
o seu autômato em potencial.
“Permanece a ideia que é central
na formulação original, de que em nome da vida em segurança de alguns, outros
deverão desaparecer. A partir dessa premissa do cuidado para com a vida e do
governo de populações, em um mundo marcado pelas novas modalidades de controle
tecnológico, vemos a máxima biopolítica cada vez mais presente, isto é, a morte
e o assassinato em nome da preservação, segurança e otimização da vida.” (Maria
Rita de Assis César: Corpo, escola, biopolítica e a arte como resistência,
2007; pág. 84)
Pearl Jam - Do the evolution... (Faça a evolução...(?))
“(...) pois somos constituídos de partículas formadas desde os
primeiros segundos do universo, átomos forjados num sol anterior ao nosso, moléculas
que se juntaram na Terra; ao mesmo tempo descobrimos a situação excêntrica,
periférica, minúscula, não somente do nosso planeta e do seu sistema solar, mas
de nossa galáxia no universo, o que nos obriga a reconhecer nossa filiação,
nossa insignificância e nossa solidão cósmica.
A ecologia mostra-nos que o desenvolvimento tecnoeconômico leva à
degradação da biosfera e das nossas sociedades, das nossas vidas. Tudo isso nos
conduz para uma ecosofia, segundo a expressão de Félix Guattari, uma sabedoria
coletiva e individual que exige a salvaguarda da nossa relação com a natureza
viva. Essa mudança filosófica conduz-nos a uma sabedoria antropológica:
renunciar ao controle e à dominação do mundo, estabelecer uma “nova aliança”
com a natureza, conforme os termos de Prigogine e Stengers, sabendo que somos
filhos e órfãos do cosmos, pois dele nos distanciamos pela cultura e pela
consciência. (...)
Há também outra lição a tirar, a lição ética essencial: incorporar
nossas ideias em nossa vida. Quantos humanistas e revolucionários nas ideias
vivem de maneira egoísta e mesquinha! Quantos emancipadores em discurso são
incapazes de dar um pouco de liberdade aos seus próximos! Quantos professores de
filosofia esquecem de aprender um pouco de sabedoria! Devemos tentar
assemelhar-nos um pouco com nossas ideias.
(...)
Em nível individual, a carência auto ética leva à negligência em relação
à experiência vivida. Aquele que esquece a causa dos seus fracassos está
condenado a repeti-los. Aquele que esquece a lição da humilhação sofrida não
hesitará em humilhar.” (Edgar Morin: O método 6 – Ética, 2005; pág.139)
Pearl Jam - Wishlist (Lista de desejos)
Eu queria ser um pássaro para voar livremente entre os continentes! Obrigada Gli pelas relações que fizeste com o texto proposto.
ResponderExcluirabraço
marilda